- Início da profissão
- Os instrumentais técnico-operativos utilizados foram recuperados das formas tradicionais de assistência, com orientações técnicas e doutrinárias da Ação Católica;
- A razão técnica disseminada pelas Ciências Sociais foi incorporada pelo Serviço social;
- A intervenção profissional nesse período possui um cunho individualizante baseado na relação Assistente Social-cliente;
- Os procedimentos profissionais revelam um trabalho de orientação moral e social com base na doutrina religiosa, cujo objetivo era realizar uma reforma social (reciclar o homem e a família);
- O contexto histórico, social e econômico exigiu uma tecnificação dos Assistentes Sociais, a fim de que os profissionais fizessem uma intervenção ideológica para enquadrar os pobres aos interesses econômicos e ideológicos da burguesia brasileira.
- Para atender tal exigência, o Serviço Social importou da Sociologia americana um acervo de procedimentos interventivos que relacionavam-se com a Psicologia behaviorista.;
- A abordagem profissional dominante passou a ser o Serviço Social de Caso, cujo arcabouço operacional era o estudo-diagnóstico-tratamento;
- Na segunda metade da década de 40, o Serviço Social de Grupo se consolida no país.
2. Décadas de 50 e 60
- A utilização da abordagem Desenvolvimento de Comunidade possibilitou uma mudança na forma de intervenção profissional: a abordagem passa de individualizante para coletiva, que busca promover uma harmonia na relação Estado-sociedade;
- Ocorre uma articulação do Serviço Social com outras profissões;
- O projeto profissional sintoniza-se com o projeto modernizador;
- A profissão laiciza-se e moderniza-se;
- A profissão adquire um arsenal técnico mais sofisticado para planejar, coordenar, acompanhar e avaliar programas sociais;
- Nesse período é requisitado da profissão: o domínio da burocracia estatal, a utilização da pesquisa social e planejamento como principais instrumentos da prática;
- Há uma exigência para que a profissão supere os limites da prática do Serviço Social de Caso, Grupo e Comunidade. Entretanto, o que ocorre é uma "maquiagem" nas antigas práticas.
- Na tentativa de dar um caráter científico a essas práticas, o Serviço Social cai em um ecletismo por recorrer aos valores neotomistas e à referências teóricas de estrutural-funcionalista;
- Ao final da década, a corrente da modernização conservadora sofre críticas das correntes reatualização do conservadorismo e da intenção de ruptura;
- A reabertura política possibilita questionamento da sociedade;
- Uma parcela de profissionais buscam desvelar contradições sociais e assumem uma postura de apoio às classes subalternas;
- A utilização dos instrumentais técnico-operativos são redirecionados com ênfase em práticas coletivas que objetivam a participação popular. A exemplo, discussões, debates (que estavam presentes na prática do Desenvolvimento de Comunidade, entretanto, agora não visam a adequação dos indivíduos à ordem);
- Os profissionais adquirem a prática de investigar para conhecer a realidade;
- Ocorre a aproximação de parte da categoria com o marxismo;
5. Década de 90
- Novas configurações sociais, econômicas e históricas;
- Verifica-se um papel educativo desempenhado pelos assistentes sociais, a partir das funções de informar, esclarecer, etc.;
- Permaneceu a utilização de instrumentais e técnicas antigas, mas isso não significa que a forma de usar tais arsenais técnico-operativos não tenha modificado-se.
EM SUMA, OS INSTRUMENTAIS TÉCNICO-OPERATIVOS ESTÃO VINCULADOS À UM DADO MOMENTO SOCIO-HISTÓRICO, BEM COMO SUA UTILIZAÇÃO POSSUI UMA DIREÇÃO SOCIO-POLÍTICA.
TRINDADE, R. L. P. Desenvolvendo as determinações socio-históricas do instrumental técnico-operativo do Serviço social na articulação entre as demandas sociais e projetos profissionais. In: Revista da associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social.
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